Como identificar um psicopata no ambiente de trabalho

29/05/2014 19:26

 

Pesquisa realizada pela universidade British Columbia, desde 1991, apontou que os CEOs lideram o ranking da psicopatia

Redação, www.administradores.com, 
Reprodução
Jack Nicholson em "O Iluminado"

Parece coisa de filme, mas eles existem e estão mais perto do que você imagina. Mas, como identificar um psicopata no ambiente de trabalho? É possível? A primeira coisa que você precisa saber é que eles são realmente muito sedutores e também são capazes de apunhalar pelas costas, tranquilamente. Contar mentiras premeditadas, arruinar os colegas mais poderosos, fraudar a contabilidade e eliminar provas para conseguir o que querem também fazem parte da lista de atributos. E fazem isso sem o menor pudor. Ética e respeito recebem um lugar incompreensível em sua conduta. 

“Profissionais com traços de psicopatia se caracterizam por não aceitarem o não, não reconhecerem limites e muito menos sentirem culpa pelos seus atos. Características que podem ser equivocadamente privilegiadas pelas organizações que buscam resultados de curto prazo e que têm na rentabilidade seu maior valor”, comenta Luiz Fernando Garcia, CEO da empresa de treinamento Cogni-MGR.

Pesquisa realizada pela universidade British Columbia, desde 1991, apontou que os CEOs lideram o ranking da psicopatia. Enquanto as estatísticas apontam que 1% da população tem algum tipo de psicopatia, entre CEOs e altos executivos esse número pode chegar até a 16%.

Como identificar o psicopata nas organizações

A psicopatia é classificada na Psicologia como um Transtorno de Personalidade Antissocial, que se caracteriza por total falta de empatia. O psicopata é incapaz de perceber os sentimentos das pessoas à sua volta.

Ele é identificado, principalmente, pelas seguintes características, segundo o especialista:

Tem um encanto superficial – O psicopata tem alto poder de sedução e capacidade para manipular as pessoas no início de relacionamentos.
Mente sistematicamente – Mentir é uma “ferramenta de trabalho” do psicopata. A mentira alimenta a personalidade egocêntrica dele, que gosta de mostrar que é o melhor, o mais rico, que pode tudo.

Não sente afeto – Ele é indiferente ao sentimento dos que o rodeiam. Tem baixa inteligências emocional. Simplesmente não consegue perceber o que as pessoas à sua volta estão sentindo.

Não tem moral ou ética – Para o psicopata, não há ética e moral, mas sim necessidades e objetivos a serem alcançados.

É impulsivo – A falta de moralidade e de ética leva à tomada de decisão sem ponderar pessoas e coisas envolvidas.

É incorrigível – Como não tem moral ou sentimento de culpa, a mente do psicopata não perceber o “porquê” de corrigir seu comportamento.

É um hábil manipulador – Não mede esforços para mudar as aparências e trazer as pessoas para o seu lado nas mais adversas situações.

Não é social – Por ser excessivamente egocêntrico, tem dificuldade de se relacionar com as pessoas. O faz apenas quando há o interesse em benefício próprio.

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Como agir quando se identifica um psicopata

Segundo Luis Fernando Garcia, não existe uma receita sobre como agir. Mas ele afirma que caso a suspeita da psicopatia seja confirmada pelas atitudes e atos do profissional, alguns cuidados podem ser adotados:

Busque apoio profissional – Quando possível, busque apoio especializado de profissionais de Psicologia, para ter a certeza que a pessoa em questão apresenta esse transtorno de personalidade.

Rastreie o histórico do profissional – Busque elementos que comprovem o comportamento do profissional, seguindo sua história dentro da organização ou até mesmo no mercado. Identifique conflitos que podem ter surgido com equipes e colegas em outras empresas.

Aperte o cerco - Quando se encontra essa situação, é hora de criar vínculos novos e sistemáticos, participando mais dos trabalhos da equipe comandada pelo profissional em análise. “Normalmente, é possível identificar padrões de conduta recorrentes que reforcem a suspeita”, comenta o CEO da Cogni-MGR.

Reforce a união da equipe - Quando o cerco apertar, é possível que o profissional decida-se por deixar a empresa espontaneamente, caso identifique os elementos que amparam a decisão pelo desligamento, o que traria as menores consequências para a empresa. Porém, antes disso, é fundamental criar oportunidades para que a direção da empresa esclareça com a equipe em questão, de forma discreta e estritamente profissional, que os processos ligados àquele profissional estão sendo analisados.